quarta-feira, 17 de setembro de 2008

GILDETE

Gildete, estes teus seios empinados, Da fina camisinha sob o alvor, São dois pombos gentis encarcerados, A suspirar sempre por amor. Às vezes, penso tê-los engastados nas minhas mãos em voluptuoso ardor, Ou senão entre os lábios descerrados, Deles sorvendo o sensual licor! Mas, é pura ilusão! Porem um dia, Ao meu hei de apertar o teu corpo airoso, Fremente de paixão e lascívia! E ao beijar-te em fogosos devaneios, Eu beberei ardente e voluptuoso, O doce mel dos teus eretos seios! Nelson Farani São Félix, Primavera

DAI A CÉZAR O QUE É DE CÉZAR

Cachoeira, Bahia, Brasil, ninguém há que possa, em sã consciência, deixar de reconhecer a Importância dessa mágica Cidade, nas Lutas pela Independência do nosso Brasil. Cidade acolhedora encanta as milhares de pessoas que chegam todos os anos em turismo para conhecê-la, onde, voltam, indubitavelmente, maravilhados pelos encantos da sua História, dos seus Vultos, da sua religiosidade, da sua riqueza cultural bem como da sua arquitetura privilegiada. Como conseqüência da sua própria História, a Heróica Cachoeira é motivo de orgulho para os seus filhos amados, pelo menos aqueles que “sabem reconhecer” a sua Importância, o que consideramos ser declaração de paixão expressa pelo solo da mártir Maria Quitéria. Nós, Sanfelixtas, que igualmente sabemos valorizar a nossa terra, dispensando tudo o que podemos para vê-la crescer, também temos um grande respeito pela cidade vizinha, que em contraste com a nossa São Félix, se completam em irmandade e valores históricos. Todavia, pessoas racionais que somos, portanto gabaritadas a saber discernir as peculiaridades de um solo e de outro pela luz da razão, fomos impelidos nesta nova edição dessa revista, a quebrar o protocolo que a origina, – falamos em termos deste espaço “Cogitando no Social” ser voltado a uma maior inclinação aos problemas sociais que afligem a sociedade –, para tratarmos de um assunto que há muito estava nos incomodando. Fique claro aqui que esse incômodo é advindo da força que temos de lutar pela justiça dos acontecimentos que julgamos estar sendo “intencionalmente” distorcidos, seja ele dessa ou daquela ordem. Para não fazermos rodeios, vamos logo ao que interessa. Há muito, eu e outros Sanfelixtas, andamos verificando incoerências em freqüentes publicações e filmagens quando falam da História da Cachoeira. Referimo-nos a alguns trabalhos da Imprensa escrita e falada que visam enaltecer a Cidade relembrando a sua gloriosa História, e, a título de ilustração, publicam fotos dos seus belos conjuntos arquitetônicos, ocorrendo o mesmo nas filmagens. Até aí, tudo bem, reverências e apologias de coração aos seus idealizadores. Entretanto, cremos que o entusiasmo humano pode ser perfeitamente sofreado quando este age querendo colocar a carruagem do entusiasmo na frente da razão. Dizemos isso porque temos em nossos arquivos, até para prova inconteste, publicações em que, os seus responsáveis, quando nas suas fotos ilustrativas, “fazem intencionalmente montagens” inserindo partes da arquitetura Sanfelixta como se fossem de Cachoeira. Sem muito esforço encontramos à venda em vários pontos turísticos da Cidade Heróica, uma grande gama dessas publicações, além de vários cartões-postais onde, em um deles, muito apreciado por sinal, destacam-se respectivamente: O Centro Cultural Dannemann, a Ladeira da Misericórdia, mais conhecida como “Presépio”, e a “Irmandade da Boa Morte”. Ora, acaso o Centro Cultural Dannemann e a Ladeira da Misericordia, cravados no solo Sanfelixta, por algum novo engenho que nos foge ao entendimento e a realidade objetiva, foram desencravados de São Félix para ganhar novo assento turístico à margem esquerda do Rio Paraguaçu? Conforme a nossa palavra, onde o caro leitor pode averiguar por si próprio, repetimos, sem muito esforço, dois pontos de São Félix, formam o cartão-postal, contendo ainda em seu rodapé com letras graúdas: Cachoeira-Bahia-Brasil. Ao tomar conhecimento disso, a Secretaria de Educação e Cultura de São Félix, entrou em contacto com a Gráfica publicante, solicitando a gentileza de corrigir o “equívoco”. Dois anos se passaram e nada foi modificado. Remessas novas chegaram e os cartões continuam à venda, o que consideramos ser abuso à ingenuidade dos turistas que os compram pensando serem pontos de Cachoeira, culminando também como legítima falta de respeito à São Félix. Mas não param por aí as investidas levianas. O Canal “FUTURA”, em algumas filmagens, também incorreu no mesmo erro. A TVE BAHIA em alguns documentários feitos sobre a Cidade, destaca as fachadas do Centro Cultural Dannemann e do Centro Espírita Sanfelixtas com se fossem de Cachoeira. A Rede Bahia certa vez em cobertura de uma das Bienais promovidas pelo Sanfelixta Centro Cultural Dannemann noticiou que o mesmo era da Cachoeira. Nessa vias é certo que nem todas as vezes, essas notícias partem das pessoas de Cachoeira. Mas sabemos quem são os que não recalcitram em distorcer “intencionalmente” as informações em seus trabalhos, mas não nos cabe aqui fazer citações desnecessárias. Nobres Cachoeiranos que promovem e são coniventes com esses absurdos, isto está certo? Será que em nenhum momento vocês cogitam de serem fiéis ao que é de Cachoeira, sem precisar de complementos Sanfelixtas? Saibam que essa revista não fica restrita apenas a São Félix, Cachoeira e circunvizinhança. Ela tem leitores em vários Estados e até mesmo fora do País. Então ser-nos-ia lícito publicar fotos em que a “Irmandade da Boa Morte” ou até mesmo a “Casa de Câmera e Cadeia” tão importantes ao vosso valoroso solo, fossem do Território Sanfelixta? Quando no início desta matéria falamos que estávamos quebrando o nosso protocolo, o que de fato fomos forçados a fazer, mas ressalvamos que não estamos fazendo esta publicação a fim de provocar sensacionalismo, como também, nenhum tipo de provocação aos verdadeiros cidadãos Cachoeiranos que merecem o dispensar do nosso mais sincero respeito, porque, além de não ser do nosso feitio, nem da proposta dessa revista, igualmente não estamos vendo motivos que nos leve a tal. Apenas estamos clamando aos inconseqüentes difusores dessas distorções, porque não dizer infantis, que, dêem apenas a César o que é de César... Magno do Rosário Pereira