Gildete, estes teus seios empinados,
Da fina camisinha sob o alvor,
São dois pombos gentis encarcerados,
A suspirar sempre por amor.
Às vezes, penso tê-los engastados
nas minhas mãos em voluptuoso ardor,
Ou senão entre os lábios descerrados,
Deles sorvendo o sensual licor!
Mas, é pura ilusão! Porem um dia,
Ao meu hei de apertar o teu corpo airoso,
Fremente de paixão e lascívia!
E ao beijar-te em fogosos devaneios,
Eu beberei ardente e voluptuoso,
O doce mel dos teus eretos seios!
Nelson Farani
São Félix, Primavera
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